Problemas de má formação nas crianças podem acontecer durante a gestação quando as causas podem ser bem variadas, algumas até desconhecidas.
Entre essas complicações que podem acontecer, está a má formação de um ou dos dois pés que nascem virados para dentro.
Sobre essa complicação que acontecem ainda no ventre da mãe vamos tecer alguns comentários para que você também aprenda sobre essa anomalia que segundo algumas estatísticas, pode ocorrer em 3 crianças a cada 1000 crianças que nascem.
Índice
O que é
Denomina-se Pé Torto ou Pé Torto Congênito uma má formação congênita em que o bebê já nasce com um pé virado para dentro quando identificamos como Pé Torto Congênito Unilateral ou então são os dois pés que estão virados para dentro quando chamamos de Pé Torto Congênito Bilateral.
Por vezes o diagnóstico para esse problema pode ser feito ainda com os exames pré-natais como por exemplo com o exame de Ultrassonografia, porém, mesmo assim, pouco se pode fazer até que a criança nasça e se defina o problema como ele é de fato.
Causas do pezinho Torto
O pé torto é mais comum nos meninos do que nas meninas, mas quanto as causas dessa anomalia ainda são desconhecidas. Existem algumas ideias de que esse mal pode ser causado por:
- Uma posição forçada da criança dentro útero da mãe que leva a essa complicação,
- Uma possível complicação que em algum momento causou uma parada no desenvolvimento do feto,
- Infecções virais,
- Defeitos genéticos ou alterações neurológicas.
Identificando na Gravidez
Através de um exame de Ultrassonografia feito ainda no período de gestação é possível identificar muitas complicações que possam estar existindo com o feto, inclusive a existência do Pé Torto que pode ser de forma isolada ou associada a outros tipos de anomalias morfológicas no feto.
Porém, apesar de detectar essa anormalidade, esse exame não pode definir o grau de gravidade desse problema nem mesmo o tipo de pé torto existente.
Sendo assim, mesmo sabendo da existência dessa complicação no feto, um tratamento de fato mais adequado só poderá ser administrado a partir do momento em que a criança nasce e é avaliada pelo médico ortopedista pediátrico.
Tratamento Cirúrgico
Um tratamento cirúrgico para bebê com pezinho torto congênito só deve ser feito quando nenhuma outra alternativa em tratamento está funcionando, ou seja quando depois de 5 a 7 aplicações com gesso não apresentaram os resultados esperados.
A Cirurgia geralmente acontece entre 3 meses de vida a 1 ano de vida da criança e depois da cirurgia, ela ainda deverá usar o gesso por pelo menos 3 meses. Porém, a cirurgia não cura de fato o Pé Torto, apenas melhora a sua aparência permitindo que a criança possa andar, mesmo com alguma dificuldade.
Infelizmente, mesmo com a cirurgia, as crianças terão alguma dificuldade para se movimentar, pois os músculos dos pés e das pernas tendem a perder a força e a partir dos 20 anos de idade ou com sorte mais tarde um pouco, elas sofrerão com a rigidez e muita dor.
Por isso, é importante que depois da cirurgia e os tempo de recuperação com o gesso, as crianças sejam submetidas a sessões de fisioterapia que contribuirão para o fortalecimento dos músculos das pernas e pés, o que poderá adiar para mais tarde esses transtornos com a rigidez muscular.
Usando Botinha Ortopédica
Depois da retirada do último gesso que em geral é até ao terceiro mês após a cirurgia, o bebê deverá usar um tipo de bota ortopédica conhecida como Órtese de Denis Browne que são botas especialmente projetadas para bebê com o pezinho torto congênito.
Essas botas apresentam uma barra no meio e devem ser usadas até 23 horas por dia durante os primeiros 3 meses.
Depois desses 3 meses, essas botas deverão ser usadas durante 12 horas durante a noite e de 2 a 4 horas durante o dia até que a criança complete 3 ou 4 anos e a partir daí completar a correção com a manipulação e o uso de gesso para evitar que o problema apresente uma recidiva.
Tratamento com Gesso
Muitas das crianças que nascem com a anomalia do pé torto podem ser tratadas ainda bebês com um tratamento feito com manipulações e aplicação de gesso.
Esse tratamento se baseia no entendimento da anatomia funcional do pé e da resposta biológica dos músculos, dos ligamentos e também dos ossos a alterações de posicionamento obtidas pelas sessões de manipulação e também com as aplicações de gesso.
Trata-se do método Ponseti, um método onde é usado os alongamentos suaves e o uso de gesso corretivo gradual para corrigir a deformidade.
Esse tratamento deve começar logo que a criança nasce para facilitar o tratamento, pois mesmo que esse método é usado em crianças mais velhas, o tratamento é mais doloroso
Como se faz o tratamento com o gesso – nesse tratamento, o pé do bebê é alongado com suavidade e a manipulação ajuda a corrigir e manter o pé no lugar com a ajuda do gesso que se estende da ponta do pé até a coxa.
Esse tratamento de reposicionamento é realizado sempre com a troca constante do gesso para corrigir progressivamente a deformidade existente. Quando o tratamento é feito com sucesso, ele pode levar de 6 a 8 semanas.